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31 de maio de 2023

 

“É necessário investir na prevenção da vulnerabilidade de crianças e adolescentes”, diz Melissa Terron

Graduada em Serviço Social, coordenadora da Ong Ficar de Bem de Santo André e defensora popular da criança e do adolescente pelo Edepe (Núcleo Especializado da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado de São Paulo), Melissa Terron defende a criação de uma rede de apoio forte o bastante para a expansão do acolhimento às crianças, adolescentes e suas famílias. Melissa diz que o terceiro setor e as organizações que trabalham com essa matéria e têm uma longa história de luta em Santo André para garantir e proteger os direitos desses menores rumo à construção de uma ponte para o seu desenvolvimento saudável e afetivo. Mas avisa que é preciso mais investimentos em curto, médio e longo prazo para obter resultados transformadores. “É necessário um olhar criterioso para a assistência social, as organizações necessitam de valorização, investimento financeiro, governança e de equipe técnica mais qualificada para o atendimento às novas gerações, a fim de atingirmos o objetivo de dar a elas uma continuidade na trajetória de uma vida melhor”, afirma.

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A assistente social destaca a importância das intervenções sociais na hora crítica da necessidade, mas observa que há ciclos de situações familiares difíceis de romper. “Uma Ong não faz isso sozinha, uma política pública não faz isso sozinha, dependemos muito do município e das organizações reforçar cada vez mais as redes”, diz. Mães e responsáveis pelos menores. Do alto da experiência com o atendimento a 2,7 mil crianças de até seis anos de idade somente em 2022, das quais 70% foram casos de negligência pela mãe com sobrecarga de 

ser chefe de família. Esse é para Melissa um dos maiores desafios do Santo André 500 Anos na área social. A coordenadora do Ficar de Bem sustenta que é preciso pensar na criação de programas que vinculem as mães e responsáveis pelos menores ao atendimento social, baseados em políticas públicas intersetoriais via parcerias, para a geração de renda, capacitação, educação, e creches em período integral, além de uma gama de possibilidades para ao menos minimizar o impacto da violência ou da violação de direitos. Melissa menciona as ações de Santo André para melhorar a Segurança Alimentar da população vulnerável e defende que a política de assistêncianessa área precisa avançar na oferta do tipo de alimentos oferecidos às famílias. “Essa é uma das ações primordiais para complementar o desenvolvimento das crianças. Não falta comida, mas observamos que a maioria delas em vulnerabilidade social tem nos carboidratos 80% da alimentação, uma dieta deficiente que terá consequências negativas na saúde das crianças. Uma oferta de alimentação de qualidade nos primeiros cinco anos de vida é fundamental e garante o desenvolvimento cognitivo saudável”, avisa. A assistente social sugere aulas de nutrição nas escolas com conteúdos que não estejam longe da realidade das famílias de baixa renda, e recomendações sobre o que se pode aproveitar dos alimentos sem desperdício, na transformação para sopas ou bolinhos, por exemplo. “Não é a genética que vai definir o desenvolvimento, mas como as pessoas convivem, o acesso à saúde de qualidade, à alimentação de qualidade, à educação, ao desenvolvimento social e ao afeto. Precisamos investir muito em políticas de prevenção para crianças e adolescentes”, recomenda.

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