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16 de junho de 2023

 

​Ciesp aponta necessidade de segurar a indústria local para o futuro de Santo André

A desindustrialização dos últimos 20 anos trouxe perdas importantes e tornou a recuperação econômica na região praticamente impossível na visão de Norberto Perrella, diretor do Centro das Indústrias do Estado de SP (Ciesp) Regional Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

O empresário considera complicada a situação atual em Santo André, principalmente, pelo despreparo da cidade quanto às áreas industriais, a maior parte ocupada por construções de prédios. Diz que esse é um dos grandes problemas atuais nos municípios da região, que têm situações parecidas, e que os gestores precisam se preocupar em não perder o que ainda resta da indústria local para o desenvolvimento econômico do futuro.

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Perrella vê com preocupação a substituição da indústria pelo comércio e serviços na região, atividades que não empregam como no setor industrial, o que gera distorções, como o êxodo da mão de obra qualificada para empregos melhores em outras cidades. “Estando fora da região praticamente o dia todo na maior parte da semana, as pessoas deixam de consumir aqui, além de aumentar o tráfego de veículos nos horários de pico, em prejuízo da mobilidade urbana”, afirma.

O diretor do Ciesp observa que hoje a indústria não está mais na mídia como geradora de empregos, principalmente no ABC, onde as oportunidades se escassearam, e destaca a importância de trazer a indústria como geradora de empregos mais qualitativos à discussão com todos os atores.

Norberto Perrella acredita que a partir do momento em que o tema se coloca com objetivos econômicos e de sustentabilidade a serem discutidos no alvo de políticas de Estado, isso teria outra repercussão, com resultados de planejamento e programação de cursos específicos para o que se pretende. “Eu não vejo isso ocorrer, mas sei que tudo que é bem planejado acontece, e material para a formação nós temos, só precisamos identificar o que falta, aponta”.

Para Perrella ser empresário no Brasil é uma aventura cheia de incertezas em que a competitividade é difícil, e o programa de Santo André 500 anos é um projeto tardio, pois os problemas de hoje não são novos. “No que se refere à sustentabilidade da indústria, muito investimento que poderia ter sido feito no passado de modo planejado não foi por falta de objetividade nesse trabalho”, diz.

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