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13 de junho de 2023

 

Mobilidade urbana intermunicipal, integrada e atrativa é o ideal, diz Sandra Malvese

A arquiteta e urbanista Sandra Teixeira Malvese, coordenadora de Programas e Projetos do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, considera fundamental a mobilidade urbana ser tratada regionalmente, porque o sistema viário é integrado e a população circula intensamente entre os municípios. Ao mesmo tempo aponta a integração do sistema viário um desafio a ser vencido. “Quando circulamos e ocorre algo em algum dos eixos regionais, ocorrem congestionamentos em série, em todas as cidades”, justifica.

Sandra destaca o intenso fluxo intermunicipal de pessoas e de cargas na região, o que geram vários outros desafios. O primeiro é integrar o transporte coletivo, para evitar coisas, como o pagamento de tarifas diferentes, fazer trocas entre modais cujos sistemas não têm o mesmo cartão, a mesma integração nem tarifa, dentro de um só território.

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A coordenadora do Consórcio lembra que a instituição desenvolveu há 10 anos o Plano de Mobilidade Urbana Regional das sete cidades, que resultou no Pacto Regional e em várias intervenções pontuais para melhorar o trânsito, como tratamento preferencial para o transporte coletivo na região e a gestão de todo o sistema viário, que é uma malha só. Sandra salienta a importância para o ABC de um sistema integrado de média e alta capacidades com a Capital

Diz que, embora haja uma circulação inter-regional muito forte, cerca de 75% de todas as viagens na região são internas, a conexão com a cidade de São Paulo seria muito interessante. Observa que até hoje o Metrô, sistema metropolitano, está contido nas divisas da cidade de São Paulo, e festeja o advento da linha 20 para a região, que poderá gerar impactos nos sistemas municipais de transporte nas cidades mais próximas. “Haverá reorganização em função do atrativo para os usuários das dinâmicas desse modal de alta capacidade”, afirma.

Sobre como pensar em integrar tudo isso e mais o transporte individual no futuro, Sandra diz que hoje as cidades já estão saturadas de automóveis e que é indispensável que o transporte público seja uma opção importante, e será assim desde que tenha mais qualidade de serviço.

A urbanista lembra que hoje a população tem nova dinâmica de circulação, como o transporte por aplicativo, e que muitas coisas mudaram, então o transporte coletivo precisa se atualizar. Ao considerar o transporte público e o individual, segundo dados do Plano de Mobilidade, cerca de 1/3 dos deslocamentos é por carro, 1/3 de transporte público e 1/3 a pé.

Sandra avalia que o sistema viário está muito centrado no automóvel, e que é preciso pensar na criação de corredores exclusivos ou preferenciais de transporte coletivo para equilibrar o sistema viário, a fim de que se torne compatível com todos os modais, inclusive o caminhar a pé. Para incentivar o uso do transporte coletivo sugere que seja mais eficiente para que o usuário chegue mais rápido ao destino, com conforto e tarifa razoável. “Esse transporte precisa ser mais atrativo do que é hoje em relação ao carro, proporcionar uma experiência mais agradável para ser opção”, aponta.

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